Desde agosto de 2015, foram notificados 1.846 casos de bebês com microcefalia relacionada ao zika vírus em Pernambuco, com 303 confirmações. A malformação congênita faz com que a criança apresente tamanho do cérebro diminuído. O resultado é atraso no desenvolvimento neurológico, psíquico e motor.
Mães de meninos e meninas com microcefalia participaram, nesta quarta, de uma audiência pública da Comissão Especial voltada ao acompanhamento dessas crianças. De acordo com a presidente do colegiado, deputada Socorro Pimentel, do PSL, o objetivo é ouvir as dificuldades e as reivindicações dessas mães. “Uma coisa é você estar ouvindo um gestor, ouvindo de um secretário de saúde que ações estão sendo implementadas. Mas outra coisa é você sentir o que essas mães sentem na pele no dia a dia, essa é a importância da nossa Comissão.”

Desde agosto, 303 casos de microcefalia relacionados ao zika vírus foram confirmados em Pernambuco Foto: Rinaldo Marques/Alepe
Poliana Dias, presidente da Aliança de Mães e Famílias Raras,propõe a criação de uma nova lei para beneficiar as mães que dedicam a vida para cuidar dos filhos. “A gente vai requerer todos os benefícios para a mãe: um home care, para ela ter um ajudante e um cuidado em casa, que ela tenha prioridade nos atendimentos de saúde.”
Adriana Gregório é mãe de João Antônio, que nasceu com microcefalia. Eles viajam 100 km do município de Bom Jardim, no Agreste, até o Recife para consultas médicas. “O objetivo aqui hoje é de lutar, mesmo, pelos direitos dessas crianças, porque eles vão precisar. E por um tempo indeterminado.”
Um relatório da Comissão Especial será encaminhado ao Governo Estadual no final dos trabalhos do colegiado.